quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Vale recusou monitoramento em tempo real de barragem

Empresa diz que já tem sistema estruturado e que investe em novos processos


Ana Carolina Amaral
SÃO PAULO

Pelo menos duas empresas de tecnologia ofereceram à Vale sistemas mais modernos de monitoramento de barragens, que a mineradora recusou. 
Uma delas, uma startup carioca apresentou em pelo menos três reuniões com diferentes diretorias da mineradora, entre 2016 e 2018, uma tecnologia de detecção em tempo real de pequenos sinais de ruptura em barragens
Sistema Nisar usa satélites, drones e sensores para monitorar barragens em tempo real - Nasa
Devido aos acordos de confidencialidade das negociações, as identidades das empresas de tecnologia foram preservadas na reportagem.
A proposta da startup do Rio complementaria as inspeções quinzenais em campo, principal método usado hoje pela mineradora. A tecnologia combina satélites, drones e sensores para monitorar barragens por imagem, com emissão de alertas em tempo real. 
Segundo um documento do Instituto de Tecnologia da Califórnia sobre barragens, “a configuração de alta resolução do radar pode ser usada para detectar mudanças de pequena escala antes de elas serem visíveis a olho nu”.
Ainda segundo o documento, o sistema Nisar usa sensores de micro-ondas capazes de perceber alterações abaixo do nível da superfície. Com repetição de medições ao longo do ano, o sistema constrói um conjunto de linhas de observações que mostram mudanças atípicas nos arredores das estruturas de barragens, identificando rapidamente pequenas mudanças locais. 
O diagnóstico constante permite o direcionamento imediato de recursos de manutenção e também a reavaliação após abalos ou ameaças.

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